data center
DCA
Delta Cable Americas
energia
IA

Impacto ambiental desafia data centers na ‘era da IA’

A demanda acelerada por inteligência artificial, especialmente a generativa, tem desafiado as metas ambientais dos grandes data centers, uma vez que a tecnologia é uma imensa consumidora de processamento. A expansão dos últimos (e dos próximos) anos inclui um consumo cada vez maior de energia elétrica. Dados da consultoria McKinsey estimam que, somente na Europa, […]

Publicado: 29/09/2025 às 02:04
Redação
Leitura
4 minutos
A partir de 2026, o estado de Minas Gerais terá seu primeiro parque de data centers. O projeto é uma iniciativa da Supernova com a Mapa de Investimentos. Juntas, as empresas já desenvolveram mais de R$ 2 bilhões em operações imobiliárias e agora planejam começar as obras na em Leopoldina no segundo semestre deste ano. Com o auxílio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e de sua agência vinculada, Invest Minas, a empreitada já atraiu R$ 300 milhões em investimento privado. A expectativa do governo é de gerar cerca de 1,1 mil empregos diretos. O parque receberá até três data centers de grandes players do mercado de hiperescala. Espera-se que o primeiro edifício, com capacidade de TI de 60 MW, comece a operar em 2026. As outras instalações deverão contar com capacidade semelhante, totalizando aproximadamente 200 MW. Neste momento, as empresas estão em fase de conversa com interessados em desenvolver seus projetos no local. BNDES, Scala
Construção civil — Foto: Reprodução

A demanda acelerada por inteligência artificial, especialmente a generativa, tem desafiado as metas ambientais dos grandes data centers, uma vez que a tecnologia é uma imensa consumidora de processamento. A expansão dos últimos (e dos próximos) anos inclui um consumo cada vez maior de energia elétrica.

Dados da consultoria McKinsey estimam que, somente na Europa, é esperado que o consumo triplique até o fim da década por causa da IA. No Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) identificou uma aceleração na solicitação de energia elétrica para projetos de data centers, demanda que pode atingir 9 GW até 2035.

“O que temos visto no mercado, notadamente a partir de 2024, é que muitas instituições já estão analisando investimentos e percebendo a necessidade dessas transformações”, diz em comunicado Ronaldo Hellwig, CEO da Delta Cable Americas (DCA) no Brasil. A empresa distribui soluções de infraestrutura de rede, segurança eletrônica e conectividade, e recentemente inaugurou uma unidade de negócios dedicada a data centers, de olho na demanda crescente do setor.

Leia mais: Com 6G no horizonte, empresas ainda engatinham no 5G

Para o executivo, o uso de soluções capazes de minimizar o impacto ambiental é o principal desafio do setor para 2025. Além da produção de energia limpa, a refrigeração, na avaliação dele, exige maior atenção.

“O consumo excessivo de energia e água estão diretamente relacionados ao arrefecimento das salas. Portanto, ajustar o processamento e reorganizar o data center ajuda a melhorar a circulação de ar e a evitar a formação de pontos de calor, o que possibilita obter bons resultados com investimentos e custos operacionais reduzidos”, diz.

Sete medidas

Os especialistas da DCA destacam sete medidas capazes de reduzir o impacto ambiental dos data centers. São as seguintes:

1) Combater a energia ociosa: os servidores atuam com equipamentos que possuem maior número de núcleos, com o objetivo de melhorar o desempenho. No entanto, muitos tendem a ficar ociosos em parte do tempo, o que pode aumentar o consumo de energia ociosa de forma desnecessária. É fundamental monitorar e avaliar com cautela a necessidade deles.

2) Aumentar o índice de utilização dos servidores: reorganizar as informações e reduzir o número de servidores, eliminar cópias (deduplicar) e identificar a capacidade de armazenamento necessária tende a ajudar no desligamento de equipamentos ociosos e a economizar o consumo de energia.

3) Adotar fibra óptica: cada vez mais utilizadas para alcançar os objetivos do TI verde, as instalações de rede de fibra óptica contribuem com a diminuição do consumo de energia, uma vez que seus componentes passivos não usam energia elétrica como alimentação e precisam de muito menos refrigeração. Elas não se aquecem com a mesma intensidade de uma rede metálica. Além disso, com uma menor ocupação nas calhas, promove melhor fluxo de ar, favorecendo a ventilação e contribuindo com a redução na quantidade de materiais usados para cabeamento e acessórios.

4) Manter boa gestão dos ativos: a utilização de softwares de gerenciamento permite que o suporte acesse os dados e informações dos equipamentos em tempo real, tomando assim decisões pautadas em dados e capazes de solucionar problemas assim que detectados. O acesso remoto permite à equipe de TI monitorar os pontos de aquecimento e consumo de energia, possibilitando que os técnicos consigam controlar a temperatura e o fluxo de ar-condicionado de acordo com a real necessidade do data center.

5) Utilizar redundância de maneira adequada: é frequente o uso de redundâncias para evitar paralisações não-programadas (downtimes), porém elas devem ser projetada na medida adequada. O data center precisa de resiliência para garantir o funcionamento sem interrupções, no entanto se a redundância for superdimensionada pode aumentar o consumo de energia.

6) Optar por alternativas de refrigeração híbrida: combinar o ar-condicionado de precisão com sistemas de resfriamento a água ou ainda que aproveitem o ar externo, pode ser uma medida para a climatização.

7) Fazer uma gestão de resíduos mais assertiva: envolve maximizar a eficiência energética durante a vida útil dos equipamentos e fazer a reciclagem ou descarte adequado aos produtos desatualizados e sem uso.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

data center
DCA
Delta Cable Americas
energia
IA
Notícias relacionadas